O homem demorou milhares de anos para aprender a falar, a comunicar-se com um conjunto de palavras, dar nome às coisas, aprender a escrevê-las e depois desmembrar tudo isso nas centenas de línguas que temos hoje. Convenções foram feitas, sábios foram reunidos. Não foi nada fácil.
- Como nós vamos chamar isso aqui?
- Hmm. Que tal cadeira?
- Cadeira? Por que cadeira?
- Ué? Por que não?
- Sei lá. Achei esquisito.
- Chama de cadeira e pronto, caralho.
- Caralho! Taí! Gostei! Que tal caralho?
- Tá bom, vai.
Assim nasceu o primeiro palavrão da história: caralho. Claro que não foi criado com o intuito de ser uma palavra rude, agressiva, nada disso. Mas com o surgimento do pênis, o caralho caiu em desuso e foi ficando marginalizado. Além de adquirir outros significados.
Foi a mesma coisa com a "foda". Foda só queria dizer aquilo. Depois veio o coito, a transa, a trepada, todos transformados em monstros pela "relação sexual", que no devaneio dos românticos virou "fazer amor". Num processo inverso a foda, hoje, pode significar qualquer coisa. É o coringa da língua portuguesa.
- Você viu o golaço do Silvinho?
- Foda, né?
- Cara, não vou. Meu pai tá doente. Vou com ele no hospital.
- Foda heim?
- Como foi a reunião?
- Ah, foi foda.
Os exemplos são infinitos. Foda pode pertencer a qualquer classe gramatical. E esse é um fenômeno semântico irreversível. Cada vez mais as palavras serão menores e com mais e mais significados. Serão comprimidas, reduzidas a traços, soluçadas. Primeiro serão as vogais, depois todo o resto. Uma a uma as letras darão espaço ao nada, a uma simples entonação de gemidos, ou a desenhos de carinhas amarelas fazendo qualquer coisa que se saiba dizer. Ou não se saiba mais. É foda...
- Como nós vamos chamar isso aqui?
- Hmm. Que tal cadeira?
- Cadeira? Por que cadeira?
- Ué? Por que não?
- Sei lá. Achei esquisito.
- Chama de cadeira e pronto, caralho.
- Caralho! Taí! Gostei! Que tal caralho?
- Tá bom, vai.
Assim nasceu o primeiro palavrão da história: caralho. Claro que não foi criado com o intuito de ser uma palavra rude, agressiva, nada disso. Mas com o surgimento do pênis, o caralho caiu em desuso e foi ficando marginalizado. Além de adquirir outros significados.
Foi a mesma coisa com a "foda". Foda só queria dizer aquilo. Depois veio o coito, a transa, a trepada, todos transformados em monstros pela "relação sexual", que no devaneio dos românticos virou "fazer amor". Num processo inverso a foda, hoje, pode significar qualquer coisa. É o coringa da língua portuguesa.
- Você viu o golaço do Silvinho?
- Foda, né?
- Cara, não vou. Meu pai tá doente. Vou com ele no hospital.
- Foda heim?
- Como foi a reunião?
- Ah, foi foda.
Os exemplos são infinitos. Foda pode pertencer a qualquer classe gramatical. E esse é um fenômeno semântico irreversível. Cada vez mais as palavras serão menores e com mais e mais significados. Serão comprimidas, reduzidas a traços, soluçadas. Primeiro serão as vogais, depois todo o resto. Uma a uma as letras darão espaço ao nada, a uma simples entonação de gemidos, ou a desenhos de carinhas amarelas fazendo qualquer coisa que se saiba dizer. Ou não se saiba mais. É foda...