terça-feira, 27 de janeiro de 2009

S.O.S - Sarcasmo Ostensivo Satírico

Eles nos dão drogas para nos distrair
e as recriminam para nos culpar.
Eles tocam música pra gente ouvir
e gritam "pecado" se alguém dançar.

Inspiração sem abstração?
Empirismo sem evolução?
Eu na onda dessa passeata
de gravata? Só na contramão...

Contra toda uma multidão
que se encontra na solidão,
não se suporta, se maltrata
e se mata por desilusão.

Tanta gente geme junta
luta finge geme tonta
tanto quanto alguém dá conta?
tanto faz; ninguém escuta.

Todo mundo tem razão.
Quem diz sim
e quem diz não.
Os quatro pontos cardeais -
sorte demais -
são todos Nortes.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Nova empreitada!

Salve povo!

Seguinte: agora eu vou montar uma seção no blog que deve servir como uma espécie de oficina. Na verdade são alguns exercícios que eu tô montando e gostaria de ter um feedback. Acho que o Poesia e Palavrão pode ser útil nisso.

Vai funcionar da seguinte maneira: eu vou propor um exercício aqui e deixo um e-mail pra contato. Quem quiser fazer o exercício e mandar pra mim pra bater uma bola sobre o assunto, ótimo. Eu vou adorar trocar essa idéia com qualquer um que estiver interessado. Depois de um tempo eu coloco a minha resposta do exercício no site pra quem quiser comentar. Se alguém quiser que eu publique a sua resposta, sem problemas. Caso contrário, sem problemas também! Depois sugiro outros exercícios e assim a gente vai...

E até já pensei no primeiro exercício. Você vai ter que criar um super-herói. Mas não dar um nome pra ele e era isso; não! Você vai pensar em tudo: qual o nome dele, sua identidade secreta, seus poderes e seu ponto fraco; vai ter que pensar em por que ele combate o crime, se é que ele combate. Ele órfão como tantos outros? Ele tem uma grande paixão? E a cidade em que ele mora? Fica em qual planeta?

Enfim, faça um texto apresentando o seu super-herói. Descreva-o minuciosamente, mas não seja prolixo. Esse texto desse post, por exemplo, deve ter mais ou menos uns 2000 caracteres. Algo em torno de 5000 caracteres, no máximo, deve bastar. Pense também em como contar essa história; você pode simplesmente apresentá-la, narrando-a oniscientemente, ou você pode escrever o diário do seu herói. Você pode ainda transformá-lo num personagem de histórias em quadrinhos, contando a história de um pai que conta a história de um super-herói pro seu filho, etcéteras. Apenas conte essa história, da maneira que achar melhor, por mais maluca que ela possa parecer.

Enviem seus super-heróis para henriquefogli@gmail.com e por favor, coloquem "Meu Super-Herói" no título do e-mail. Acho que em uma semana devo continuar os exercícios. Os outros textos também continuam. Espero que gostem de mais essa maluquice. Nos falamos!


terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Às bandeiras:

fogo.

Em jogo de tabuleiro
cada um é uma cor.

Todo mundo quer ganhar
seja quando e como for.

Não passam de cores e formas
perdidas em valores e normas
que montam o quebra-cabeça
idiota
que alguns chamam de tradição.

São as bandeiras que erguem os muros
e as barreiras alfandegárias.
Tornam povos obscuros.
Transformam-nos em párias.

Rótulos em mastros
que se identificam com um povo,
mas não contam nada de novo.
O dono da bandeira nunca a hasteia;
manda hastear.

A velha história do nosso mundo;
todo rei sabe que precisa de seus peões... e sabe que paga barato.
Seja você um diplomata -
ou uma persona non grata.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Paixão volátil

- Sabe quando você recebe aqueles e-mails cheios de fotos de bebês e acha tudo aquilo uma graça?
- Sei.
- Ou quando você vê uma cena violenta e aquilo te desagrada? Te traz um impulso, uma vontade de fechar os olhos, ou mudar de canal, ou sei lá o quê?
- Sim, sim...
- Ou ainda quando você vê algo nojento, sei lá, alguém vomitando, e te dá vontade de vomitar?
- Sei, credo... só não sei onde você quer chegar!
- Então, todas essas cenas, essas coisas, provocam reações fortes nas pessoas, né? O simples fato de presenciar uma coisa dessas embrulha o estômago, traz nojo, enfim, sensações breves porém intensas, certo?
- Certo.
- Pois então. Quando você sorri eu sinto algo mais intenso que todas elas.
- Como assim?
- Te ver sorrindo, ouvir sua risada, presenciar sua felicidade me traz paz. Eu fico fascinado, encantado, me sinto feliz também. É como se a sua alegria tomasse conta de mim. Me dá vontade de rir à toa. Fico chapado!
- Nossa...
- Pois é... acho que nasci pra te fazer feliz. Nada me faz tão feliz quanto isso.
- Que lindo... não sei nem o que te dizer.

Nunca soube. Trocaram beijos. Ele sentindo gosto de paixão, ela sentindo gosto de vergonha. Todas aquelas sensações não passavam de palavras. Palavras vagas, nebulosas. Os calafrios corriam pela espinha dele a todo momento; cada centímetro da pele dela que era tocado devolvia um choque elétrico daqueles que prende, não dos que repelem. Ela, envergonhada por não saber sentir nada daquilo, perdia-se nos movimentos de sua língua, desajeitada, esforçando-se para não desmontrar o vazio que tinha dentro de si. Ele, sentindo esse vazio o tempo todo, preferiu levar sua vida de forma egoísta, atendo-se apenas aos seus sentimentos, percebendo sua paixão como estúpida - aquela que pensava ser o suficiente. Ficaram nus, ela se pôs submissa na cama, como se ajudasse uma velhinha a atravessar a rua.

- Você tá me machucando...

E ele seguiu. Rindo e machucando por dentro.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Aos que ainda passam por aqui...

... em primeiro lugar, Feliz 2009!

É o seguinte: tenho sido relapso e preguiçoso. Não ando escrevendo porra nenhuma. Diversas idéias mirabolantes, que efetivamente não servem pra nada, têm (ou "tem" agora com a reforma ortográfica?) perturbado minha caixa d'água. Mas agora vou voltar a escrever aqui no blog... pelo menos um texto por semana e outras maluquices que tô pensando em fazer...

Espero vê-los por aqui novamente. Aliás, vou também atualizar a lista de parceiros que anda bem defasada...

Um abraço pra cada um!

Henrique Fogli

P.S.: Cê sabe que eu te considero pá caralho...