"Pela estrada afora eu vou bem sozinha..."
Poucos sabem, mas na verdade a música que ecoava pela floresta por onde a maligna Chapeuzinho Vermelho - ou Malu, como era conhecida na clínica de recuperação - caminhava era algo mais parecido com "Close your eyes look deep in your soul..."
Quase tudo estava arranjado! Os doces, os salgadinhos, o pernil assado que a vovó adorava. Cada passo a deixava mais ansiosa para ver sua vovó. Hoje era o grande dia. Iria se livrar daquela velha de uma vez. Aproximando-se da casa, recebeu uma mensagem no celular que dizia "Tudo pronto, minha gostosa! Tô te esperando!!!"
- Ai Jorge...
DIM DOM.
- Oi minha querida, tudo bom contigo? - Disse a vovó, cujos olhos brilhavam de alegria ao ver a neta tão querida, que tinha como filha. Trocaram beijos e abraços. - A mesa tá pronta meu anjo.
- Que bom, vovó! Tô morrendo de fome! E os meus anjinhos, como estão?
- Tão bem, lá fora. Você disse que ia trazer comida especial pra eles, então não lhes dei nada. Devem estar com fome... Que raça que eles são mesmo?
- Pitbull...
- Ah é... sempre esqueço... Quer ir lá fora agora?
- Não vovó, depois que a gente comer. Tô morrendo de fome.
A mesa com frutas, queijos, pães e frios ficou ainda mais rica com as empadinhas, os brigadeiros e o pernil assado de Chapeuzinho. "Ah, o pernil!" disse a vovó ao vê-lo, buscando uma faca na mesa para cortar a primeira fatia. Comeram bastante, embora Malu não tivesse encostado no pernil - É pra senhora vovó. Malu observava a vovó atentamente, suando frio, quando percebeu que o plano começaca a funcionar. A velhinha aos poucos foi ficando com sono, relaxando na mesa e finalmente apagou, com o corpo tombado na mesa. Agora era a hora!
Malu colocou o corpo da avó no chão, despejou sobre ela o molho do pernil e foi até o quintal. Lá, Átila, Cérbero e Judas - os 3 pitbulls famintos e furiosos que vovó tinha ganhado de presente de sua amada netinha não mais que 2 meses atrás - estavam presos no canilzinho que vovó carinhosamente preparara para eles. Ela abriu o portão e correu de volta pra casa, passando pelo corpo da vovó na cozinha, fechando rapidamente a porta da sala.
Os barulhos de monstros mastigando carne só era intercalado pela sua risada quase histérica, porém contida. Não demorou muito para a carcaça da doce velhinha - o molho era de amoras - ser devorada pelos animais ensandecidos. Em alguns instantes Chapeuzinho podia ser vista na janela urrando gritos de socorro. Um caçador que passava pelo local entrou correndo na casa pela cozinha e disparou contra as 3 feras, mas era tarde demais. A velhinha não tinha sobrevivido ao ataque.
...
- Bom, dona Malu. Eu sinto muito por o que aconteceu aqui. Esses cachorros são um perigo.
- Eu sei seu guarda - disse ela soluçando, em lágrimas - eu tentei ajudar, mas ela não conseguia correr... eu tive que... o senhor sabe - e chorou feito criança.
- Ainda bem que o senhor passava por aqui - Disse o policial. Poderia ter sido um desastre ainda maior - E virando-se para chapeuzinho - A senhora terá que nos acompanhar até a delegacia.
- Eu... eu... ela... ela era minha... eu... - seu pranto sobia de tom a cada palavra que tentava pronunciar.
- Pode deixar seu guarda, eu a levo - disse o caçador. Assim que ela se recompor...
- Ok então. Nos vemos lá. Precisaremos de algumas assinaturas do senhor também.
- Sem problemas.
O policial saiu e chapeuzinho permaneceu chorando nos braços do caçador por mais cinco minutos. Ele a abraçava com carinho, passando suas mãos pelas suas costas, até descê-las um pouco e beliscá-la na bunda. O efeito foi praticamente um botão mudando de rádio e tudo o que era choro virou gargalhada.
- E então, disse ele, estamos ricos?
- Podres de ricos. Aquela velha tinha mais dinheiro do que a gente consegue contar - e beijou carinhosamente o peito do caçador.
- E você tem certeza que fica tudo pra você?
- Sim, né!? Eu vi o testamento da velha antes de armar tudo isso. Tá pensando o quê? Tenho 15 anos mas não sou tão bobinha não - ela respondeu sorrindo com os olhos.
- Bom, pode apagar esse sorriso do rosto porque a gente tem que ir pra delegacia agora, e você tem que estar sofrendo, triste, como alguém que acabou de perder a avó.
E riram gostosamente - "Só você mesmo, Jorge... Só você..."
Poucos sabem, mas na verdade a música que ecoava pela floresta por onde a maligna Chapeuzinho Vermelho - ou Malu, como era conhecida na clínica de recuperação - caminhava era algo mais parecido com "Close your eyes look deep in your soul..."
Quase tudo estava arranjado! Os doces, os salgadinhos, o pernil assado que a vovó adorava. Cada passo a deixava mais ansiosa para ver sua vovó. Hoje era o grande dia. Iria se livrar daquela velha de uma vez. Aproximando-se da casa, recebeu uma mensagem no celular que dizia "Tudo pronto, minha gostosa! Tô te esperando!!!"
- Ai Jorge...
DIM DOM.
- Oi minha querida, tudo bom contigo? - Disse a vovó, cujos olhos brilhavam de alegria ao ver a neta tão querida, que tinha como filha. Trocaram beijos e abraços. - A mesa tá pronta meu anjo.
- Que bom, vovó! Tô morrendo de fome! E os meus anjinhos, como estão?
- Tão bem, lá fora. Você disse que ia trazer comida especial pra eles, então não lhes dei nada. Devem estar com fome... Que raça que eles são mesmo?
- Pitbull...
- Ah é... sempre esqueço... Quer ir lá fora agora?
- Não vovó, depois que a gente comer. Tô morrendo de fome.
A mesa com frutas, queijos, pães e frios ficou ainda mais rica com as empadinhas, os brigadeiros e o pernil assado de Chapeuzinho. "Ah, o pernil!" disse a vovó ao vê-lo, buscando uma faca na mesa para cortar a primeira fatia. Comeram bastante, embora Malu não tivesse encostado no pernil - É pra senhora vovó. Malu observava a vovó atentamente, suando frio, quando percebeu que o plano começaca a funcionar. A velhinha aos poucos foi ficando com sono, relaxando na mesa e finalmente apagou, com o corpo tombado na mesa. Agora era a hora!
Malu colocou o corpo da avó no chão, despejou sobre ela o molho do pernil e foi até o quintal. Lá, Átila, Cérbero e Judas - os 3 pitbulls famintos e furiosos que vovó tinha ganhado de presente de sua amada netinha não mais que 2 meses atrás - estavam presos no canilzinho que vovó carinhosamente preparara para eles. Ela abriu o portão e correu de volta pra casa, passando pelo corpo da vovó na cozinha, fechando rapidamente a porta da sala.
Os barulhos de monstros mastigando carne só era intercalado pela sua risada quase histérica, porém contida. Não demorou muito para a carcaça da doce velhinha - o molho era de amoras - ser devorada pelos animais ensandecidos. Em alguns instantes Chapeuzinho podia ser vista na janela urrando gritos de socorro. Um caçador que passava pelo local entrou correndo na casa pela cozinha e disparou contra as 3 feras, mas era tarde demais. A velhinha não tinha sobrevivido ao ataque.
...
- Bom, dona Malu. Eu sinto muito por o que aconteceu aqui. Esses cachorros são um perigo.
- Eu sei seu guarda - disse ela soluçando, em lágrimas - eu tentei ajudar, mas ela não conseguia correr... eu tive que... o senhor sabe - e chorou feito criança.
- Ainda bem que o senhor passava por aqui - Disse o policial. Poderia ter sido um desastre ainda maior - E virando-se para chapeuzinho - A senhora terá que nos acompanhar até a delegacia.
- Eu... eu... ela... ela era minha... eu... - seu pranto sobia de tom a cada palavra que tentava pronunciar.
- Pode deixar seu guarda, eu a levo - disse o caçador. Assim que ela se recompor...
- Ok então. Nos vemos lá. Precisaremos de algumas assinaturas do senhor também.
- Sem problemas.
O policial saiu e chapeuzinho permaneceu chorando nos braços do caçador por mais cinco minutos. Ele a abraçava com carinho, passando suas mãos pelas suas costas, até descê-las um pouco e beliscá-la na bunda. O efeito foi praticamente um botão mudando de rádio e tudo o que era choro virou gargalhada.
- E então, disse ele, estamos ricos?
- Podres de ricos. Aquela velha tinha mais dinheiro do que a gente consegue contar - e beijou carinhosamente o peito do caçador.
- E você tem certeza que fica tudo pra você?
- Sim, né!? Eu vi o testamento da velha antes de armar tudo isso. Tá pensando o quê? Tenho 15 anos mas não sou tão bobinha não - ela respondeu sorrindo com os olhos.
- Bom, pode apagar esse sorriso do rosto porque a gente tem que ir pra delegacia agora, e você tem que estar sofrendo, triste, como alguém que acabou de perder a avó.
E riram gostosamente - "Só você mesmo, Jorge... Só você..."