quinta-feira, 17 de maio de 2007

O legado de uma geração

De todos as conseqüências dos avanços tecnológicos da humanidade dos últimos anos, o que mais me preocupa é o acesso à pornografia. E não falo de sexo anal, nem mulher lambendo mulher. Falo de cara comendo cavalo comendo uma velha toda vomitada, ou gente chafurdando em merda comendo criancinhas hermafroditas. A indústria tem diversificado. Você pode não saber, ou fingir que não sabe, mas esse lixo todo já é facilmente acessado via Internet. E, como tudo no mundo de hoje, a tendência é ficar mais nojento.

Nem é preciso dizer que será inútil tentar evitar que seu filho - ou sua filha - veja isso. Ele mesmo provavelmente já vai nascer com placa de rede "plug and play", e sempre estará quatro passos largos à sua frente quando o assunto for tecnologia. Se juntar tecnologia com coisa errada então, esqueça.

Eu me lembro quando o Bolinha – sempre ele, pornografia e gordinhos sempre andaram de mãos dadas – descolava uma fita pornô pra gente ver. Era um evento. A mãe dele saía à tarde, nós trancávamos o apartamento com a chave virada no trinco, para prevenir surpresas desagradáveis, e reuníamos toda a molecadinha do prédio para contemplar algumas horas de fornicação explícita (com sorte um ménage a trois, que, segundo o montanha, queria dizer 3 a 0 em francês).

Era todo o acesso que tínhamos à pornografia propriamente dita, isso sem contar o cine-peito que passava às vezes na TV aberta. Mas aquilo não conta, nos já tínhamos mais de doze anos. Tínhamos que olhar aquelas cenas com muita concentração para podermos ter uma imagem mental ou uma sugestão que fosse para nos divertir, cada um no seu retiro sagrado de seu próprio banheiro. Isso ou as revistinhas, sempre parceiras nos momentos mais difíceis, mas que ainda implicavam em certa parte de imaginação e criatividade.

Mas daqui pra frente não. É só clicar o mouse e pronto. É isso que me preocupa. Como se não bastasse as bolinhas de gude e as brincadeiras na rua, outro legado morre na minha geração. É o fim da masturbação-arte.

9 comentários:

Lari Bohnenberger disse...

É realmente um assunto preocupante!
Adorei seu jeito de escrever e seus textos cheios de palavrão.
Parabéns pelo blog!

Anônimo disse...

cara gostei muito dos seus posts
mas essa parte e foda "Falo de cara comendo cavalo comendo uma velha toda vomitada "

muito bom

depois passa la no meu

http://blog-do-rato.zip.net
http://blog-do-rato.zip.net

abraço

Anônimo disse...

uahauha...

é o fim da punheta-moleque!!! eu lembro quando um catálogo da hermes com mulheres de calcinha e sutien era o maior acesso à putaria que eu tinha!!

Leila D. disse...

Ahaha, muito bom! Na nossa época era tudo bem diferente. No caso dos meninos, vocês até tinham acesso à pornografia, mas no caso das meninas (o meu), éramos muito tontas e inocentes. Uma vez eu e minhas amigas inseparáveis fomos numa festinha de uma outra amiga, devíamos ter 11, ou 12 anos. Resolvemos ir todas ao banheiro fazer xixi e fofocar (isso felizmente não muda com o tempo ahahah); eu, sempre muito xereta fui olhar dentro daqueles armarinhos com espelho por dois motivos:
1) pra ver o que tinha dentro;
2) pra ver se eu encontrava uma escova de cabelos.
Para minha surpresa o armário não abria, não era uma porta-espelho. E por isso o armário se afastou da parede e caiu de lá de trás uma revistinha com pornografia explícita ahahah. Acredite se quiser, depois de folhear a revistinha toda (eu nunca na minha vida tinha visto aquilo), fiquei branca, passada, com tremedeiras ahahahahahah. Vê se pode.
Feliz da época em que pornografia era tão difícil que quando nos deparávamos com ela tremíamos de emoção e vergonha.
Beijosssssssssssssss mil.

PS: desculpe o texto imenso.

Anônimo disse...

Verdade. O sexo está tão banalizado que já não basta mais. Tem que haver perversões. Apesar de achar inútil lutar contra os instintos primitivos do ser humano, acho que devemos lutar para, pelo menos, retardar a sexualização das crianças. Criança tem que ser criança.

Uilians Uilson disse...

Infelizmente, os tempos são outros. O que era secreto virou banal e o que era para ser uma descoberta natural está sendo colocado guela abaixo das pessoas.

Fernando Teixeira disse...

OS tempos mudam, mas o objetivo ainda é o mesmo!
li uma vez na Super interessante de uma mulher na Inglaterra se eu nao me engano, que ja praticava sadomasoquismo com seus clientes no Bordel...E era uma das mais procuradas...

Tenho certeza que o TESÃO BIZARRO não é de hoje, e inclusive é reflexo muitas vezes do nosso inconciente coletivo...

Agora, que a punheta mudou, ah, isso mudou...hoje para um guri de 13 anos não há nada mais que o surpreenda..ja chega no hora "H" sabendo exatamente o q tem q fazer, mas, por enquanto, ainda goza rapido na primeira vez...huahuahauh

ótimo blog!

Fernando Teixeira disse...

Ah, a tia do bordel que eu me referi antes era por volta do ano 1800...

Wagner disse...

Ah até que senti uma saudade dessa época da msaturbação-arte. Nessa época realmente acreditavamos que podia dar pêlos na mão...

hj qualquer moleque sabe que isso é mentira...